Deus em nossa vida

 A ideia de Deus nos tranquiliza. Sim, nos tranquiliza porque, na medida em que pensemos que o Universo está nas mãos do Criador, temos certeza de que o Universo está bem. As Leis funcionarão perfeitamente porque o Criador do Universo é perfeito.

A ideia de Deus, além de nos tranquilizar, nos aproxima, passamos a entender que somos todos irmãos.

 

Não importa a cor de nossa pele, a nossa cultura ou as nossas culturas, não importa qual seja o nosso estágio socio econômico. Importa-nos que somos todos filhos de Deus, irmãos portanto. Logo, deveremos nos aproximar afetivamente, emocionalmente para que a vida tenha um outro sentido.

 

A ideia de Deus nos permite pensar na proposta da paz. Essa paz que não se consegue através de armistícios, de assinaturas de papéis porque daqui a pouco se assinam outros papéis para a guerra, para a violência, para as licenças grotescas de que temos sido testemunhas nesses tempos do mundo.

 

A ideia de Deus nos permite pensar numa paz verdadeira porque construída  dentro da criatura.

 

A ideia de Deus nos dá familiaridade com a natureza, nos auxilia a refletir sobre a manutenção da nossa casa planetária. Na medida em que nos sintamos bem em nossa casa planetária, vamos querer que ela esteja cada dia melhor e, por causa disso, teremos cuidados com a vegetação, com os animais, com os mananciais, com o ar que nós respiramos e conosco propriamente.

 

Se estamos preocupados com a natureza, com a ecologia, com o ecossistema, já sabemos que o ser humano é o indivíduo mais importante desse ecossistema.

 

Então é justo que pensemos em Deus, que permitamos que a ideia de Deus conviva com a nossa vida cotidiana, acreditando sempre que a ideia de Deus não pode ser um adorno social para as questões de fé. O Criador não precisa dessas confissões labiais que nós usamos tanto.

 

Eu tenho muita fé em Deus. Eu acredito em Deus. Não é isso o mais importante. O mais importante é que vivamos de tal forma na Terra que Deus, isto sim, possa confiar em nós.

 

A partir dessa confiança de Deus em nós, Ele nos oportunizará sempre as condições melhores para a realização de que temos necessidade no mundo.

 

Todas as complicações do planeta irão desaparecendo porque nos amaremos a nós próprios, e reciprocamente. Nós todos nos respeitaremos, aprenderemos a compreender ou admitir que as pessoas possam ser diferentes de nós, que as pessoas devam ser diferentes de nós.

 

Seria terrível um mundo em que todos fossem iguais, um mundo cujo arquétipo fosse copiado por toda a massa de bilhões de almas.

 

A grande beleza da Divindade é nos fazer de tal modo que cada um seja um. A grandeza de Deus é permitir que nós construamos nossa própria feição espiritual.

 

Há esse que é calmo, aquele que é mais excitado, aquele que é brigão, mas todos estaremos marchando para a harmonia.

 

Existe esse que é cantor, aquele que é pintor, o outro que é marceneiro, que é chofer, que é boiadeiro, mas todos estamos aprendendo a lidar com a Casa Cósmica, com a morada de Deus.

 

Quando colocamos Deus em nossa vida temos grandes chances de seguir para a felicidade.

 

Não é essa felicidade de ter coisas, de ter poderes, é essa felicidade de ter a consciência tranquila pelo dever retamente cumprido ou cumprido da melhor forma que  podemos.

 

E, uma vez colocado Deus na pauta de nossas reflexões, dos nossos pensamentos, transmitindo-O aos nossos filhos, à nossa família e, entronizando-O em nosso próprio coração, as complicações do mundo atual tenderão todas  a desaparecer na caudal do amor que verte dessas regiões sublimes, onde vibra o amor de Deus.


Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 182, apresentado
por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná