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Quais as causas do sono durante a reunião espírita?

Como evitá-lo?
Quais as causas do sono de que muitos companheiros se queixam quando participam de uma reunião mediúnica? Como evitá-lo?

Raul Teixeira: - As causas podem ser várias. Desde o cansaço físico, quando o indivíduo que vem de atividades muito intensas e que, ao sentar-se, ao relaxar-se, naturalmente é tomado pelo torpor da sonolência.

Também, pode ser causado pela indiferença, pelo desligamento, quando alguém está num lugar, fisicamente, entretanto, pensando em outro, desejando não estar onde se acha. Compelido por uma circunstância qualquer, a pessoa se desloca mentalmente.

O sono pode, ainda, ser provocado por entidades espirituais que nos espreitam e que não têm nenhum interesse em nosso aprendizado para o nosso equilíbrio e crescimento.

Muitas vezes, os companheiros questionam. ‘Mas nós estamos no Centro Espírita, estamos num campo protegido e como o sono nos perturba?”

Temos que entender que tais entidades hipnotizadoras podem não penetrar o circuito de forças vibratórias da Instituição ficam do lado de fora. Mas, a pessoa que entrou no Centro, na reunião não sintonizou-se com o ambiente, continua vinculada aos que se conservam fora, e através dessa porta, desse plug aberto, ou dessa tomada, as entidades que ficaram lá de fora lançam seus tentáculos mentais, formando uma ponte. Então, estabelecida a ligação atuam na intimidade dos centros neuroniais desses incautos, que dormem, que se dizem desdobrar:

“Eu não estava dormindo... apenas desdobrei, eu ouvi tudo...

“Eles viram e ouviram tudo o que não fazia parte da reunião. Foram fazer a viagem com as entidades que os narcotizaram.

Deparamos aí com distúrbios graves, porque quando termina a reunião o indivíduo está fagueiro, ótimo e sem sono e vai assistir à televisão até altas horas, depois de se haver submetido aos fluidos enfermiços. Por isso recomendamos àqueles que estão cansados fisicamente, que façam um ligeiro repouso antes da reunião ainda que seja por poucos minutos, para que o organismo possa beneficiar-se do encontro, para que fiquem mais atentos durante o trabalho doutrinário, levantar-se, borrifar o rosto com água fria, colocar-se em uma posição discreta, sempre que possível ao fundo do salão, em pé, sem encostar-se, a fim de lutar contra o sono.

Apelar para a prece, porque sempre que estamos desejosos de participar do trabalho do bem, contamos com a eficiente colaboração dos Espíritos Bondosos. Faze a tua parte que o céu te ajudará.

Temos, então, o sono como esse terrível adversário de nossa participação, de nosso aprendizado, de nosso crescimento espiritual. Não permitamos que ele se apodere de nós. Lutemos o quanto conseguirmos, e deveremos conseguir sempre, para combatê-lo, para termos bons frutos no bom aprendizado.

Do livro: Diretrizes de Segurança (Divaldo Franco e Raul Teixeira)

Dias Difíceis

 Há dias que parecem não ter sido feitos para ti.

Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados.

Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite.

Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.

Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno.

Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma. Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro.

São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas.

Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.

No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores.

São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência.

Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas.

Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições...

Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal..., tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranqüilidade, passado o momento difícil.

Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim.

Nos dias difíceis da tua existência, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz.
Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre.

Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada.

Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias.

Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.

José Raul Teixeira/Camilo

Problemas sociais


No Evangelho de Jesus, identificamos um dos Seus ensinos notáveis, no Evangelho segundo João, no capítulo XIV, itens 1 a 3. Nesses versículos Jesus Cristo estabelece o seguinte:

 

Credes em Deus, crede também em Mim. Na casa do Meu Pai há muitas moradas. Eu Me vou para vos preparar o lugar, se assim não fosse Eu já vos teria dito.

 

Quando lemos isso no Evangelho, nos damos conta de que vivemos num planeta que é uma das casas de Deus espalhadas pelo Cosmo, pelo Universo inteiro.

 

O nosso planeta é a casa que momentaneamente estamos habitando e, não estamos aqui por casualidade. Existirá, sem dúvida, uma razão para que Deus nos haja situado neste planeta.

 

É óbvio que, nessa altura dos acontecimentos do mundo, da Ciência, do pensamento filosófico, não há mais espaço para admitirmos que seja somente o nosso planeta habitado nesse Universo de bilhões e bilhões de estrelas, cada uma dessas estrelas, cada um desses sois rodeados por seus planetas. Como é que somente o nosso teria o privilégio da vida inteligente no Universo inteiro?

 

O bom senso nos leva a pensar que há muitas outras cidades cósmicas, continentes siderais, como nós quisermos pensar.

 

Mas, a nossa Terra foi aquela casa planetária, aquela casa de Deus destinada a nossa habitação. Por isso mesmo estamos aqui numa sociedade, humana, da qual fazemos parte psiquicamente.

 

Todos os que vivemos neste planeta somos aparentados, temos um parentesco. Deus nos trouxe de alguns lugares, nos reuniu aqui e, naturalmente esses diversos lugares de onde viemos para a Terra, essas múltiplas moradas da casa do Pai, como lembrou Jesus, eram casas, moradas, planetas em que tínhamos características específicas, certas singularidades, certas propriedades, certas inclinações, certas tendências.

 

Quando nos reunimos aqui formamos a sociedade terrestre. E, essa sociedade terrestre é composta pelos elementos que vivemos nos mais diversos continentes, nos cinco continentes da Terra.

 

Notamos que, por mais que haja nesses continentes hábitos próprios, culturas próprias, alimentação específica, todos somos muito assemelhados. Enquanto criaturas humanas, sentimos amor, tristezas, mágoas, ódios, temos acessos de ira, temos expressões de ternura.

 

Somos muito similares, não importa qual seja a língua que estejamos falando; se o nosso país é de primeiro mundo, de segundo mundo, de terceiro ou quarto mundo, o importante é que nós somos muito assemelhados nas nossas reações espirituais.

 

Isto quer dizer que fazemos parte de uma mesma família evolutiva, um mesmo grupo em que manifestamos aquilo que já tenhamos adquirido.

 

É óbvio que vamos encontrar na Terra, figuras de exceção. Vamos achar aqui almas como Francisco de Assis, como Chico Xavier, como Abade Pierre, na França, como Luther King, nos Estados Unidos, Lincoln. Vamos achar criaturas como Madre Teresa, como Irmã Dulce. Vamos encontrar gente maravilhosa como João Paulo II. Vamos encontrá-los assim, espalhados nessa imensa massa humana.

 

Mas, a maioria de nós ainda se debate nas suas próprias tormentas. O ciúme, a mágoa, o ódio, a inveja, o despeito, o orgulho, a vaidade, a alegria exacerbada.

 

A nossa alegria é tão exacerbada, é tão estranha aqui na Terra que, quando queremos comemorar nossas festividades, temos que beber muito, temos que comer muito, temos que cair na vala do excesso, mostrando que ainda não sabemos aproveitar a nossa vida no planeta.

 

Tudo conosco raia para os extremos. Se gostamos de uma pessoa, nos apegamos a ela, ficamos ciumentos e, por causa do ciúme, nos atormentamos.

 

Se gostamos de comer alguma coisa, comemos aquilo até que nos faça mal. Vejamos como nos falta muito equilíbrio, dosando aquilo que o planeta nos oferece.

 

Por causa disso é  que a sociedade em que nós estamos vivendo na Terra é a sociedade que nós merecemos.

 

Todos somos animais sociais, já disse o filósofo, todos somos criaturas que temos necessidade da vida social mas, enquanto estamos na Terra, nos assemelhamos a crianças colocadas na escola.

 

Temos que aprender boas maneiras, temos que desenvolver bons modos, temos que aprender a conviver uns com os outros, sabedores de que nessa convivência uns com os outros, alcançaremos o progresso que buscamos.

 

É a Terra o berço da nossa sociedade atual.

Deus em nossa vida

 A ideia de Deus nos tranquiliza. Sim, nos tranquiliza porque, na medida em que pensemos que o Universo está nas mãos do Criador, temos certeza de que o Universo está bem. As Leis funcionarão perfeitamente porque o Criador do Universo é perfeito.

A ideia de Deus, além de nos tranquilizar, nos aproxima, passamos a entender que somos todos irmãos.

 

Não importa a cor de nossa pele, a nossa cultura ou as nossas culturas, não importa qual seja o nosso estágio socio econômico. Importa-nos que somos todos filhos de Deus, irmãos portanto. Logo, deveremos nos aproximar afetivamente, emocionalmente para que a vida tenha um outro sentido.

 

A ideia de Deus nos permite pensar na proposta da paz. Essa paz que não se consegue através de armistícios, de assinaturas de papéis porque daqui a pouco se assinam outros papéis para a guerra, para a violência, para as licenças grotescas de que temos sido testemunhas nesses tempos do mundo.

 

A ideia de Deus nos permite pensar numa paz verdadeira porque construída  dentro da criatura.

 

A ideia de Deus nos dá familiaridade com a natureza, nos auxilia a refletir sobre a manutenção da nossa casa planetária. Na medida em que nos sintamos bem em nossa casa planetária, vamos querer que ela esteja cada dia melhor e, por causa disso, teremos cuidados com a vegetação, com os animais, com os mananciais, com o ar que nós respiramos e conosco propriamente.

 

Se estamos preocupados com a natureza, com a ecologia, com o ecossistema, já sabemos que o ser humano é o indivíduo mais importante desse ecossistema.

 

Então é justo que pensemos em Deus, que permitamos que a ideia de Deus conviva com a nossa vida cotidiana, acreditando sempre que a ideia de Deus não pode ser um adorno social para as questões de fé. O Criador não precisa dessas confissões labiais que nós usamos tanto.

 

Eu tenho muita fé em Deus. Eu acredito em Deus. Não é isso o mais importante. O mais importante é que vivamos de tal forma na Terra que Deus, isto sim, possa confiar em nós.

 

A partir dessa confiança de Deus em nós, Ele nos oportunizará sempre as condições melhores para a realização de que temos necessidade no mundo.

 

Todas as complicações do planeta irão desaparecendo porque nos amaremos a nós próprios, e reciprocamente. Nós todos nos respeitaremos, aprenderemos a compreender ou admitir que as pessoas possam ser diferentes de nós, que as pessoas devam ser diferentes de nós.

 

Seria terrível um mundo em que todos fossem iguais, um mundo cujo arquétipo fosse copiado por toda a massa de bilhões de almas.

 

A grande beleza da Divindade é nos fazer de tal modo que cada um seja um. A grandeza de Deus é permitir que nós construamos nossa própria feição espiritual.

 

Há esse que é calmo, aquele que é mais excitado, aquele que é brigão, mas todos estaremos marchando para a harmonia.

 

Existe esse que é cantor, aquele que é pintor, o outro que é marceneiro, que é chofer, que é boiadeiro, mas todos estamos aprendendo a lidar com a Casa Cósmica, com a morada de Deus.

 

Quando colocamos Deus em nossa vida temos grandes chances de seguir para a felicidade.

 

Não é essa felicidade de ter coisas, de ter poderes, é essa felicidade de ter a consciência tranquila pelo dever retamente cumprido ou cumprido da melhor forma que  podemos.

 

E, uma vez colocado Deus na pauta de nossas reflexões, dos nossos pensamentos, transmitindo-O aos nossos filhos, à nossa família e, entronizando-O em nosso próprio coração, as complicações do mundo atual tenderão todas  a desaparecer na caudal do amor que verte dessas regiões sublimes, onde vibra o amor de Deus.


Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 182, apresentado
por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná

Valorize seu dia

Valorize o seu dia. Isso mesmo: valorize o seu dia. Porque é tão importante este ensejo que a Divindade nos concede, que não poderíamos atirar fora de nenhuma maneira.

Cada dia que passa para nós é uma oportunidade que não volta, parecendo as  águas de um rio que vão para o mar. O rio está sempre correndo, mas aquelas águas que passaram, já passaram.

Então, cada dia é um dia que a gente não retoma. Por causa disso, ao levantarmos pela nossa manhã, ao abrirmos os olhos e dando-nos conta de que estamos vivos no corpo e que não sabemos o que enfrentaremos pelos caminhos, o que acharemos pelas estradas, o tipo de luta com que nos defrontaremos, as experiências, as dificuldades, as expiações, os testemunhos que nos aguardam, ignoramos completamente quais sejam ou quais serão.

Por causa disso, quando abramos os olhos, dirijamos a nossa oração ao nosso Criador. Agradecendo primeiro, porque estamos vivos no corpo, depois pela nossa família, pelos nossos afetos, por todos aqueles que vão compor a história daquele dia, a história do nosso dia que estará começando.

Por causa disso, não nos preocupemos com aquilo que as pessoas dirão a nosso respeito. Afinal de contas, é tão importante que nós sejamos responsáveis por nós próprios. Imaginar que alguém esteja falando de nós, tramando contra nós, é tolice. Porque as pessoas falam o que desejam falar. Quantas vezes nós também já deveremos ter falado alguma coisa nada agradável sobre os outros, que nem ficaram sabendo? Por essa razão, não há porque estarmos neuroticamente preocupados com a opinião alheia.

É natural que nós devamos ser cordatos, amigos, fraternos, simples na relação com as pessoas, mas, sabedores que teremos que dar satisfações a nós próprios. Sim, somos nós as pessoas que devem se respeitar mais a si mesmas, nós. Se quisermos o respeito alheio, primeiro deveremos nós mesmos exercitar esse auto-respeito.

Não nos importe o que se esteja pensando contra nós ou a favor de nós. As pessoas que são nossas amigas, elas fazem um juízo muito bonito a nosso respeito. Todos os nossos amigos gostam de nós, mesmo quando brigam conosco ou mesmo quando discordam da gente, eles nos gostam, eles nos adoram, gostam muito de nós.

E deste modo, temos sempre que desconfiar, no sentido de estar atento, às opiniões dos nossos amigos. Eles têm sempre um açúcar a mais a colocar na nossa vida, felizmente. Mas quando os inimigos falarem contra nós, não há porque nos atormentar, porque o inimigo quer sempre apimentar um pouco mais a nossa realidade, ele quer sempre nos colocar um pouco mais baixo do que realmente somos e deste modo, os extremos sejam sempre alvos de nossa desconfiança.

Nem aqueles que nos elogiem muito, nem aqueles que nos depredem muito.

O importante é que nós saibamos, nesse esforço do auto conhecimento, quem de fato nós somos. Não tratemos de ficar procurando criar uma imagem nossa para os outros. Bom será que nós aprendamos a desenvolver uma imagem que sirva para nós; que sirva para os outros.

Não é importante que saiamos dizendo a cada hora, a cada dia, que acreditamos em Deus, que cremos em Deus, se a nossa vida não é vivida como quem crê em Deus. Mais importante do que nós afirmarmos crer em Deus, é termos o estilo de vida diária que permita que Deus creia em nós.

É dessa maneira, que ao fazermos a nossa oração no final do dia, agradecidos pelo dia que tivemos, por tudo quanto transcorreu, pelo nosso sorriso, pela nossa lágrima, pelas perdas, pelas necessidades, pelas enfermidades, por tudo; orando a Deus e agradecendo-Lhe por isso, nós estaremos demonstrando esse espírito de fidelidade a Ele, pela vida que nos deu. De agradecimento a Ele pela oportunidade que nos trouxe, que nos concedeu. E gradativamente nós vamos aprendendo a valorizar o nosso dia.

Vemos que essas 24 horas cheia ou cheias de sentido para nós, devem trazer no seu bojo, no seu seio essas bênçãos, essas maravilhas de saber lidar com as pessoas, de saber lidar com a família, mas primordialmente de saber lidar conosco. E é dessa maneira que, aos poucos, nós iremos vivendo, cada dia, como sendo essa pérola, essa pedra preciosa do grande colar da vida.

Umas maiores, outras menores, umas mais brilho, outras com menos brilho, mas todas muito importantes, porque todas serão as pérolas de Deus aos nossos cuidados.

Deste modo, cabe-nos dizer, a nós mesmos, que estamos felizes com a vida e porque estamos felizes com a vida, não há porque descurar do nosso dia. Aproveitar o nosso dia, valorizar o nosso dia, é fazer tudo quanto nesse dia possamos fazer. Entre trabalho e repouso, entre bênçãos de lutas, de lágrimas e bênçãos de sorrisos, oferecer o nosso melhor, realizar o nosso melhor e aguardar o próximo amanhã que Deus nos dará.


Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 99, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

Sofrimentos e resignação

Quando pensamos nessa gama de sofrimentos do nosso planeta, muitas vezes ficamos a nos perguntar a respeito do sofrimento dos bichos, dos animais. Por que é que eles sofrem?

Chegamos a compreender porque é que nós, seres humanos, sofremos. Nossos erros, nossos delitos, nossos crimes cometidos em outras existências, em outras experiências aqui no mundo, nesta mesma vida, em vidas passadas.

 

Mas e os bichos? Os bichos não erram, eles não cometem erros. Os animais seguem a Lei do determinismo e, dentro da Lei do determinismo, eles não erram nunca.

 

Jamais uma serpente dá o bote em alguém porque não gostou do rosto, porque não simpatizou com a pessoa. Ela dá o bote para se defender, porque se sente acuada. Assim fazem todos os demais animais com as suas defesas.

 

Quando pensamos no sofrimento dos animais temos que perceber que, cada ser que sofre neste mundo, tem um objetivo determinado pela Lei Divina.

 

Os bichos sofrem não para resgatar os erros cometidos. É para despertar-lhes os centros psíquicos.

 

Os animais são princípios espirituais, são Espíritos em evolução e, certamente, precisam da dor, do sofrimento para se acostumarem a buscar no planeta os recursos salvadores.

 

Jamais a Humanidade soube existir veterinários, nas florestas. No entanto, os animais sofriam e buscavam recursos na floresta. Sofrem e buscam recursos na floresta.

 

Naturalmente que tudo isso se deveu a esse processo evolutivo. A dor, nos irracionais, não tem o mesmo objetivo que a dor no ser humano.

 

No ser humano, a dor nos fustiga o lado moral para que a gente aprenda a perdoar, a ser humilde, a baixar a crista do orgulho. Mas, nos irracionais não, a dor tem outro sentido. É de fazê-los crescer, fazê-los progredir.

 

Olhamos o nosso gato em casa, o nosso cão e, de repente, eles vão comer grama, comem capim. A gente não sabia o que eles estavam sentindo. Põem para fora, regurgitam e ficam sãos.

 

Quem foi que ensinou a esses animais a buscar em a natureza vegetal o remédio para seus problemas?

 

Assim se passa com as aves, com as feras, na intimidade da floresta e, naturalmente, temos que convir que há um caminho importantíssimo a trilharmos, que é o da compreensão.

 

Na medida em que sabemos disso, encaramos melhor as dores do mundo, as dores da Terra, com uma virtude que se chama resignação.

 

A resignação, de maneira alguma, será acomodação. Não temos que cruzar os braços porque sofremos ou diante das dores e deixar que Deus resolva.

 

Se estamos desempregados, temos que correr atrás do trabalho. Se estamos enfermos, temos que buscar a medicina, a medicação, o tratamento. Se temos qualquer problema neste mundo, neste mundo teremos que resolvê-lo.

 

Mas a resignação não é sinônimo de acomodação, vale repetir, a resignação é o olhar que temos para esses fenômenos, é a maneira como vemos esses fenômenos.

 

Se não fosse a resignação, entraríamos na rota do desespero, entraríamos no circuito da desolação porque, quando não compreendemos porque sofremos, sofremos duas vezes.

 

A primeira vez pelo sofrimento em si, a segunda vez pela ignorância a respeito dele.

 

Por isso, é a Doutrina dos Espíritos que tem, no seu contexto e nos seus textos, essas explicações, esses recursos para nos fazer pensar na razão pela qual os seres humanos sofremos e por qual razão os irracionais sofrem na Terra.

 

Vale a pena pensar que os animais sofrem por um sentido: para despertar-lhes a vida psíquica, acordamento dos seus valores psíquicos enquanto o ser humano sofre para resgatar seus débitos e realizar aprendizagens no campo moral.

 

Daí começarmos a perceber como é importante essa virtude da resignação.

 

O Evangelho segundo o Espiritismo, a terceira obra da Codificação da Doutrina Espírita, feita por Allan Kardec nos explica que, enquanto a obediência corresponde ao consentimento do raciocínio, da razão, a resignação corresponde ao consentimento do coração. É o nosso sentimento que nos dá ensejo à resignação.

 

Ser resignado não é ser paralisado, estagnado, acomodado, inerme, inerte. Resignado é ter o entendimento da razão das coisas, o que não nos impede de sofrer, nem de chorar, mas que nos dá a alegria de saber que estamos dando conta do nosso recado no mundo.


Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 172, apresentado
por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná

Estás Preocupado

 É compreensível que te surpreendas em estado de preocupação, quando te defrontes com os diversos desafios do teu cotidiano.

Não será tarefa simplista o ter que dar conta dos que fazeres domésticos, associados aos da profissão e do convívio social.

Realmente, concebe-se que são tantas coisas a pesar sobre o teu sentimento, sobre os teus pensamentos, sobre o teu humor, que, vez que outra, percebes que foste invadido por ondas de preocupações, para o que abriste as portas morais.

Entretanto, vale parar um pouco e meditar acerca desse fenômeno.

Quando te preocupas, passas a dispender largas quotas das tuas energias na direção do objeto da tua preocupação.

Se a causa é válida, converge a preocupação em ação positiva e benfazeja, ao invés de te manteres paralisado à frente do desafio.

Se o móvel da preocupação não tiver a marca do legítimo valor, se o teu estado psicológico prende-se ao desejo de posse, ao ciúme, à falta de fé em Deus ou a qualquer capricho nocivo à saúde da alma, é chegado o tempo de, à custa dos necessários esforços, te desligares dessa sintonia, que te irá minando o mundo íntimo, sem que encontres solução, podendo escorregar para valões de desespero, mágoa, ódio ou indiferença, ou em estado extremo, podendo impulsionar-te para o crime, que tem variado espectro para as almas lúcidas que conhecem, ainda que por simples informações, as orientações das Leis Divinas.

Desse modo, estuda com clareza as fontes e motivos das tuas preocupações, considerando com o Celeste Guia que a cada dia já basta o seu mal.

Na certeza de que estás no mundo a fim de aprender, crescer e amar, nos roteiros da felicidade, não te permitas sucumbir ante problemas de saúde, financeiros, mal-entendidos ou familiares. Aprende a resolver, um após outro, os teus problemas e, na certeza de que o tempo é o fator de resolução de todos os enigmas, entrega as tuas preocupações ao Criador e marcha adiante aguardando a luz do novo dia, que sempre brilha após as noites de horror e sombras.

Não te deixes aturdir pelas exageradas preocupações, trabalhando com valor e afinco o cerne de ti mesmo.

Nas relações sociais

 Cada criatura humana está na Terra para atender a determinados objetivos da vida. Não é à toa que vivemos em sociedade.

 

No começo, vivíamos quase que num estado de anomia, aquele estado no qual a gente fala a esmo, fala para ninguém e, por outro lado, ninguém nos escuta.

 

Gradativamente, ao longo do processo de formação social, passamos a falar coisas com intencionalidade, com direcionamento e, por causa disso, passamos a ter pessoas interessadas em nos escutar. Começam aí as formações propriamente sociais.

 

Agora já tínhamos saído dos grupos anômicos ou das sociedades anômicas e partimos para o período das comunicações.

 

Só existe comunicação quando conseguimos falar alguma coisa dirigida a alguém e esse alguém captar a mensagem a ele dirigida. Dessa maneira, vivemos em sociedade.

 

O notável Aristóteles afirma que o ser humano é um animal social. E começamos a perceber como o nosso viver social vai tomando direção, posição. Vamos formando a família, as instituições, escolas, igrejas, oficinas, centros de cultura. Isso tudo foi acontecendo, ao longo das idades, para dizer a nós mesmos porque estamos na Terra. Para que estamos aqui?

 

Essa vivência em sociedade, estabelecida pelo nosso Criador, tem um sentido muito especial: permitir que cada um de nós possa trocar com os outros nossa bagagem, nosso aprendizado, as coisas que somos e as coisas que temos.

 

Essa troca é fundamental, é indispensável. É graças a ela que passamos a conhecer o progresso social.

 

No bojo da nossa sociedade, passamos a descobrir que temos papéis a cumprir. Cada um de nós tem, na sociedade, um papel a cumprir. Temos deveres a realizar no contexto social.

 

Esses deveres nos levam a refletir sobre a importância de sermos pessoas úteis nas relações que estabelecemos. O que a gente fizer deve ser de utilidade para terceiros e para o conjunto.

 

Há necessidade de sermos pessoas honestas. A honestidade é um desses valores muito ausentes nesta atualidade do mundo, nas relações sociais.

 

Mas a pessoa que é desonesta na relação social, aquela que é infiel na relação social, é desonesta consigo mesma, é infiel a si mesma.

 

Daí nos perguntarmos: Quando é que a pessoa está sendo infiel a si mesma? Desonesta para consigo mesma?

 

Todas as vezes que aprendemos coisas importantes à vida, à nossa vida, importâncias que herdamos da ciência, do pensamento filosófico ou das religiões e não colocamos isso a serviço da vida, em prol da nossa vida, estamos sendo infiéis à verdade que conhecemos. Estamos sendo infiéis ao valor que nos chegou.

 

É dessa maneira que vamos achar muita gente intelectualizada, bem formada, que já aprendeu o malefício do alcoolismo, do tabagismo para sua saúde física e continua fumando e bebendo e justificando.

 

O conhecimento intelectual que ela adquiriu não lhe foi útil. A sabedoria cultural que ela desenvolveu não se lhe tornou útil porque ela prossegue justificando, porque não é fiel a si mesma, é desonesta para consigo mesma.

 

E se estabelece a partir daí aquilo que aprendemos a chamar de suicídio indireto. A criatura não tem a ideia de se matar mas ela sabe que aquela mudança, aquilo que ela está lançando mão, pouco a pouco, a está destruindo.

 

É importante ter essa percepção de que quem não é fiel a si mesmo, quem não é honesto consigo próprio, dificilmente se-lo-á com terceiros.


Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 178, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.