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Emmanuel e a unificação do espiritismo

A unificação espiritualista constitui problema, credor da mais legítima cooperação de quantos colaboram nas obras da verdade e do bem no plano espiritual.

Difícil padronizar a interpretação, de vez que ninguém pode trair o degrau evolutivo que lhe é próprio.
Cada aprendiz da realidade universal verá de acordo com as dimensões de sua janela; ouvirá, segundo a acústica, instalada por si mesmo no santuário interior; e compreenderá, na medida de suas realizações e experiências.
 
Entretanto, nosso problema de união, ao que parece, não se relaciona com a exegese.

É questão de fraternidade sentida e vivida, portas a dentro da organização doutrinária, para que as obras não se esterilizem, à míngua de fé e para que a fé não pereça sem obras.

Trata-se de avançado cometimento da boa vontade de cada companheiro na construção do edifício coletivo do bem geral.

Serviço de compreensão elevada, em que para unir, em Cristo, não podemos prescindir da renúncia cristã, aprendendo a ceder com proveito, no esforço de todos, com todos e para todos em favor da vida melhor.

Para isso, cremos, não é necessário invocar a interpretação que sempre define “um estado de conhecimento”, sem representar a sabedoria, e nem se reclamará o concurso da política humana que constitui “uma expressão transitória de poder”, sem consubstanciar a autoridade em si mesma.

Apelaremos, sim, para as qualidades superiores do espírito, recorreremos à zona sublime da consciência, onde os valores religiosos acendem a verdadeira luz.

Razoável que os orientadores encarnados tracem programas construtivos para a feição externa do serviço a fazer.

Em tempo algum, dispensaremos a ordem, o método e a disciplina, no templo da elevação, como forças controladoras da inteligência.

Nós outros, conclamaremos o homem interno e mobilizaremos as energias do ideal, falando ao coração.

Reunamo-nos no campo da fraternidade edificante.
Não teremos espiritismo unido sem que nos unamos.

Debalde ensinaremos amor sem nos amarmos uns aos outros.
Não elevaremos a doutrina sem nos elevarmos.

Aprendamos a eliminar as arestas próprias, a fim de que o espírito coletivo paire mais alto, ligando-nos à Divina Inspiração.

Unir, para nós, deve ser aprimorar, crescer, iluminar.

Aprimoremo-nos, apresentando mais dócil instrumentalidade aos mensageiros da Vida Mais Alta.

Cresçamos em conhecimento e superioridade sentimental.
Iluminemo-nos na esfera individual, penetrando o segredo do sacrifício para enriquecimento da vida imortal.
Em seguida, a união frutificará, em nossos círculos de trabalho qual a espiga substanciosa que premia a sementeira.

Organizemos por fora, aperfeiçoando por dentro.
Então, chegaremos sem atritos mais ásperos à aquisição de nossa unidade com o Cristo, na mesma convicção que lhe engrandeceu o verbo, quando assegurou: “Eu e meu Pai somos um”.

Espírito Emmanuel, do livro Doutrina e Vida, psicografado por Chico Xavier.

Em tempos difíceis... ore!

A crise na humanidade se deve ao fato de que o mundo está em plena mudança de vibrações e isso se choca com a vontade dos espíritos imaturos e ainda atrasados moralmente. Esses tentam a todo custo atrasar o progresso pois sabem que serão varridos deste mundo assim que ele estiver muito além do que estes são capazes de se portar. Com isso ter esperança num futuro melhor em termos fraternos é o dever do espírita que compreende que tais mudanças não são saltos quânticos e sim passos simples rumo à perfeição.

Com relação aos problemas pessoais, normalmente tornam-se mais complexos pois falam de forma íntima e única com cada um de nós. Porém o entendimento de que só se evolui passando pelas provações e espiando sua dívida para com a lei é o que nos acalma e resigna.

Ainda assim, temos momentos de incerteza com relação à melhora diante de quadros tão perversos e de difícil aceitação. Nestes momentos devemos recorrer à oração; 

A prece quando feita de vontade pura e amor à Deus é libertadora ferramenta capaz de se elevar a alma aos padrões vibratórios mais puros.

Através da elevação da vibração poderemos ter um panorama mais equilibrado e tranquilo a fim de que possamos tomar atitudes mais acertadas para a nossa evolução moral. Deus se aproxima daqueles que oram por justa semelhança de ideias e de vibrações.

Com isso, em momentos difíceis, o espírita deve orar, pois através da oração a mente clarifica-se a ponto de ser emanada pelas boas vibrações dos espíritos amigos que nos intuirão sobre que prática tomar diante das adversidades. Diante de um contexto político-social de extremas dificuldades, confiem em Deus que é soberanamente justo e bom e orem à Ele para que sua vontade se faça, assim na terra como nos céus e seremos felizes com a certeza de que ao orar estamos nos equilibrando e aproximando-nos do Pai amado.

Muita Paz a todos!

Dia de Finados

No calendário terrestre, desde há muito reservou-se um dia para homenagear os mortos. De alto significado, no Brasil existe um feriado muito honorável, a fim de dar oportunidade aos vivos, que lhes experimentam ou não as saudades, de exprimirem afeto e gratidão, assim como as ausências do corpo somático.

Na visão materialista, esses mortos foram consumidos pela decomposição orgânica, permanecendo apenas alguns elementos constituidores do corpo: cabelos, unhas, dentes e excepcionalmente outros que resistiram à consumpção carnal.

Para os espiritualistas, no entanto, além da memória e do afeto que permanecem, ficaram as certezas de que eles vivem em outra dimensão de energia, perpetuados pelo fenômeno da Vida. Ninguém morre, esta é a realidade.

A tese materialista tem sido ultrapassada em razão das infinitas manifestações dos chamados mortos desde épocas mui remotas.

Em todas as páginas da História os fenômenos mediúnicos têm ocorrido através de pessoas especiais, que receberam nomes específicos, oferecendo a presença, em alguns casos, dos denominados invisíveis em constantes tentativas de comunicação com os encarnados.

Fenômenos de alta magnitude ante guerras lamentáveis e disputas cruéis de governantes desalmados diminuíram os sofrimentos das nações e dos povos ou aumentaram os horrores em vivência; isto, porque nem todos aqueles que se comunicavam eram possuidores de requisitos morais relevantes.

De acordo com a ética e moral vigentes, eram atraídos aqueles Espíritos de igual nível, que demonstravam, por cima de tudo, a sobrevivência à disjunção molecular.

Se bárbaro o povo, os seus desencarnados, invariavelmente, eram impiedosos e violentos, de forma compatível com a evolução espiritual que os caracterizava.

Revelações profundas orientaram civilizações hoje mortas sob as águas oceânicas e os areais dos desertos…

Com a revolução do Espiritismo e as investigações científicas e filosóficas no século XIX, até o momento combatidas, mas não superadas, a morte foi substituída pela desencarnação ou abandono da vestimenta carnal, mantendo-se a vida e a comunicação com os que permanecemos no mundo físico.

Na atualidade, estudos profundos da Física Quântica e da Astrofísica, das doutrinas cerebrocêntricas, psicológicas, acompanhando os fenômenos mediúnicos constatam as alterações do cérebro, nas áreas metafísicas, como meditação, prece, sentimentos superiores e inferiores, confirmando a manifestação mediúnica.

Continua amando os mortos queridos que nos acompanham, convivem conosco e inspiram-nos ao prosseguimento da jornada através das lições incomparáveis de Jesus.

Desse modo, façamos da nossa existência um Evangelho de feitos, a fim de sermos felicidade.

Divaldo Franco - Professor, médium e conferencista espírita                                                                                                                                         Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 3 de novembro de 2022 


▸Estamos seguindo Jesus?

 Espiritismo em Prática

A doutrina espírita nos traz como guia e modelo Jesus Cristo. Mostra-nos a realeza deste espírito de luz e a sua perfeição moral perante nossas fraquezas, frutos de nossa falta de elevação moral. Mas pergunta-se: será que estamos mesmo seguindo jesus ? estaríamos nós prontos a dar testemunho de fé e sermos crucificados em teu nome ?

Explicaremos melhor. Atualmente dizemos muito e com convicção que estamos seguindo os passos do mestre. Mas será mesmo ? Fica aqui a reflexão: nos momentos mais duros, mais difíceis, mais ásperos da provação humana; como agimos? Fomos calmos? tolerantes? Compreensivos? temos dado a outra face para os algozes ? servido a todos os necessitados ? amado ao próximo como a nós mesmo?

Não é motivo de vergonha falhar meus irmãos. É motivo de Júbilo reconhecer-se no erro pois o primeiro passo rumo a reforma íntima foi dado por nós! Somos todos devedores saldando dívidas que nos foram misericordiosamente parceladas e reduzidas pelo Pai eterno de amor e caridade! Nossas amarguras são as correntes com o passado equívoco sendo rompidas em direção ao caminho traçado pelo mestre dos mestres. Nosso guia e modelo, Jesus, nos deixou o seu evangelho de amor para ser seguido, como roteiro de felicidades, pois que ele mesmo nos disse “Meu reino não é deste mundo” como a nos lembrar o verdadeiro sentido de felicidade.

Tenhamos no coração o mestre que nos ama, nos amou durante até mesmo o calvário. “sede perfeitos” nos lembra o evangelho, pois que todos somos seres cujo destino é livre em curso mas com o final programado da felicidade e da perfeição moral!

Por fim, reconcilia-se consigo mesmo, buscando a compreensão e a extensão das suas necessidades a serem trabalhadas. Para seguir o Cristo é necessário o desprendimento das amarras do egoísmo, do orgulho e da vaidade a fim de alcançarmos o Reino dos céus, dentro de nós mesmos. Paz em Cristo! Seguir seus passos é fórmula infalível para a alegria infinita de Deus! 

7 de Setembro

 “...O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro...”

(Emmanuel / Chico Xavier, em prefácio de “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”)

Há 200 anos, às margens do Rio Ipiranga, o Príncipe Regente do Brasil, D. Pedro de Alcântara de Bragança - Pedro I, declarava a independência das terras que, por determinação Divina, haviam sido escolhidas para abrigar a árvore do Evangelho de Jesus diante do mundo.

Esse processo político e social resultou na nossa consolidação enquanto nação, territorialmente delimitada e administrativamente autônoma, e cuja comemoração se dá todos os anos no mês de setembro, fazendo-nos meditar sobre nosso compromisso enquanto seres reencarnantes nesta terra tão rica de belezas naturais, de clima ameno, e de fauna e flora exuberantes.

Não é à toa, e sem propósito, que nascemos no Brasil. E, apesar de o país, aparentemente, viver um quadro de mazelas políticas, sociais, econômicas e emocionais, tudo não escapa ao conhecimento do mais Alto, devidamente previsto e acompanhado pelo olhar carinhoso e cheio de misericórdia de Jesus Cristo.

Acompanhamento que começou bem cedo, antes mesmo da chegada dos portugueses às terras brasileiras. E cuja história é narrada no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo espírito Humberto de Campos, através da psicografia de Chico Xavier:

“Mãos erguidas para o Alto, como se invocasse a bênção de seu Pai para todos os elementos daquele solo extraordinário e opulento, exclama então Jesus: - Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e de amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal. Sob estes céus serão entoados os hosanas mais ternos à misericórdia do Pai Celestial.

“(...) Foi por isso que o Brasil, onde confraternizam, hoje, todos os povos da Terra e onde será modelada a obra imortal do Evangelho do Cristo, muito antes do Tratado de Tordesilhas, que fincou as balizas das possessões espanholas, trazia já, em seus contornos, a forma geográfica do coração do mundo.”

Apesar de o Brasil mergulhar em crises de corrupção de valores, desespero e insatisfação social, tudo isso faz parte do processo de transformação coletiva que começa no coração de cada indivíduo, e que vai burilando o ser através do exemplo, da experiência, das provas. Nessas horas, a fé e a esperança devem, mais do que nunca, estar acesas em nosso íntimo, pois, são as horas em que o Alto nos convida a dar testemunho dos nossos valores e tesouros da alma, hauridos ao longo das múltiplas existências.

Não há “mal” que fique impune perante Deus, porque não existe o “mal”. O estado de ignorância e seus efeitos – conhecidos por nós como o ‘mal’ – é que prejudicam e determinam quanto tempo levaremos para aprender a lição que nosso espírito mais necessita para crescer. Por isso, e sabendo de nossa condição, vem Jesus e nos estimula à prática do bem, da caridade, da fraternidade, potencializando a centelha divina que habita em cada ser. Eis o caminho seguro que nos levará à ascensão de consciência e de espírito, e conforme é detalhado pelo espírito Emmanuel, no livro Caridade:

“É preciso começar com o bem e persistir com ele se desejamos a perfeição. Cada qual, porém, avança na senda que lhe é própria. Ninguém caminhará para a frente sobre o alheio esforço. Antes de pretendermos o ingresso nos mundos venturosos e redimidos, salvemos o chão em que nos firmamos, construindo o mundo mais feliz de amanhã pela melhoria de nós mesmos. Não vale contemplar sem agir, nem sonhar sem fazer.”

Que entendamos que o chão em que pisamos (físico), nosso país, é o ideal para o aprimoramento de nossa alma, de nossos valores, pois reunimos coletivamente as mesmas características que nos tornam mestres e aprendizes uns dos outros. Assim, cada um conforme suas obras, poderá garantir o seu chão (espiritual) e responder devidamente por suas ações.

E que essas ações se façam sempre pensando no nosso coletivo, no bem comum, de nossa família, nossa vizinhança, nossa pátria, pois, antes de tudo, somos um ser familiar universal, admitido na comunidade que nos é ideal e afim.

 “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” – (Hebreus 10:24, 25)

Fonte: www.uemmg.org.br

▸O espiritismo tem dogmas?

Mais um artigo sobre conhecendo o espiritismo. Neste abordaremos a seguinte questão : O espiritismo tem dogmas?

Muito se sabe que a maioria das religiões possuem certas verdades incontestáveis e muita das vezes sem uma explicação que por lógica seja aceita por muitos fiéis. O dogma é uma crença estabelecida por uma religião ou uma doutrina que é considerada como ponto fundamental e indiscutível. ponto chave que não aceita indagações ou ponderações.

Vemos muito isso conforme frequentamos diversas religiões. Chegamos a um ponto que se perguntarmos o porquê de tudo chegaremos a um dogma religioso. Isso vem do fato de muitas religiões sere interpretações de outras religiões ou de textos que foram transcritos por homens.

O espiritismo não possui dogmas visto que a qualquer pergunta existe uma resposta lógica e correta conforme a forma de pensar do homem. Isso se deve ao fato de Allan Kardec ter tido cuidado impecável ao montar as 5 obras básicas, para que não falta-se absolutamente nada em seus estudos. Kardec para evitar que a ambição e orgulho humanos manchassem o seu trabalho utilizou-se de uma interessante e engenhosa forma de se escrever o livro dos espíritos por exemplo.

Ele enviava para médiuns dos cinco continentes as mesmas perguntas e analisava as respostas. usando-se desta forma de obter as respostas dos espíritos somente assim ele seria capaz de receber a real instrução dos espíritos e descartar o que divergisse por qualquer motivo.

Assim Kardec devassou os conhecimentos humanos sobre a vida, a moral, ciência e fé de forma que os espíritos pudessem nos responder a tudo conformo nosso grau de adiantamento moral e intelectual. Somente a uma pergunta os espíritos não nos puderam ter a resposta mais completa e mesmo assim a resposta já é muito mais concreta e aceitável que a ideia que todas as religiões pregam como dogmas.

1- Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”

Ao responder o que é Deus os espíritos nos dizem “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (livro dos espíritos, pergunta 1). Pela nossa pobreza de linguagem os espíritos não nos teriam como nos dar definições mais precisas sobre Deus, etão deixam-nos com a descrição geral, do seu caráter imediato e visível às fronteiras do pensamento humano.

4 -Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

O espiritismo veio como consolador prometido pro jesus a fim de devastar as dúvidas que envolviam seus dicípulos após sua partida, enfrenta à contramão a má tendência dos espíritos ainda atrasados que encontram na humanidade amplo campo de aperfeiçoamento de seus planos contrários à marcha incessante para o progresso. Por isso devemos manter a fé inabalável nas palavras recebidas por Allan Kardec e vivencia-las em nossas vidas para que possamos ser também nós – assim como o espiritismo- uma luz que ilumina as trevas, esperança para o futuro, verdadeiros irmãos da política divina do bem. Muita Paz!

O alvorecer de uma nova era

Vivemos nesses dias de dores e apreensões, medos e preocupações, o alvorecer de uma nova era cujos clarões começam a despontar no horizonte.

Embora o alvoroço em torno do vírus que assola a humanidade contaminando corpos, ceifando vidas e deixando de prontidão os demais, um clarim se faz ouvir por todos os quadrantes do planeta anunciando que um ciclo se finda e outro se inicia.
São tempos de transição planetária trazidos pelos ventos da renovação que varrem a poeira de um mundo cujo modo de organização social, política, econômica e religiosa já não se sustenta mais.

Um mundo que suplica por mudanças por meio das vozes que clamam por justiça e espírito humanitário, nas diferentes relações estabelecidas nos mais variados países de todos os continentes.

Vozes oprimidas e cansadas de almas sofridas que carecem de pão, trabalho, educação e uma melhor justiça social que diminua o abismo entre as classes, entre ricos e pobres.

Nessa nova era que surge em meio a um parto difícil e delicado, há “uma criança” que desponta para nos dizer nos seus primeiros vagidos que o mundo é bom, que precisamos nos compatibilizar com a sua beleza, equilíbrio e organização, por meio de uma conduta digna e em sintonia com toda a sua divina harmonia.

Consoante a simbologia do texto bíblico, é chegado o instante dos bodes se separarem das ovelhas (Mt 25:31-46), o joio do trigo (Mt 13:24-30) e os que ajuntam dos que espalham (Lc 11:23), de cada um optar pelos caminhos que deseja palmilhar nas veredas do universo…

Não estranhemos que tudo proceda com esse modus operandi, o Codificador assinalou com clareza em A Gênese, no seu capítulo dezoito, quais seriam os sinais dos tempos e pontuou de modo objetivo que essas mudanças se operam lentas e imperceptíveis ou bruscamente.

Assim, tudo quanto ocorre neste cenário que assusta e inquieta, requisita de cada ser um retorno às bases do Evangelho. Um mergulho sensível e atento nos ensinamentos de luz do Divino Pastor, a fim de auscultarmos com atenção a essência dos seus ensinos e avaliarmos, com isenção, como alicerçamos e erigimos nossas crenças e nossa fé.

É preciso que nos perguntemos o que fizemos do Cristo dentro do cristianismo e, particularmente, nós espíritas, o que temos feito do Cristo restaurado à luz do consolador prometido.

O Espiritismo não é um adorno como um camafeu ou broche que conduzimos na lapela para ostentar seus princípios. Não é uma espada guardada e pronta a ser retirada da bainha. Não é uma arma, mas um sinal que nos deve distinguir pelo espírito de serviço ao próximo. É antes uma ferramenta de trabalho que precisa ser empregada na construção de um mundo novo a partir da reconstrução de nós mesmos. É uma chave que nos desperta e amplia a consciência adormecida.

A hora é decisiva e não tarda o instante em que seremos individual e coletivamente chamados ao testemunho, à entrega e ao sacrifício em prol dos nossos semelhantes.

A “resistência” que não deseja a renovação, tem seus muros e o seu exército de prontidão, calcado em alicerces de areia que as vagas do mar haverão de levar, porque se assenta no poder transitório, na vaidade tola e fugaz, no brilho fátuo e sem consistência da intelectualidade vazia sem a utilidade prática a serviço dos que sofrem.

CEVP 100 ANOS COM VOCÊ!!!

O Centro Espírita Vicente de Paulo teve sua fundação oficializada em 12 de maio de 1922, quando foi lavrada sua primeira ata, por um grupo de pessoas lideradas até então pelo Sr. Augusto José Silva.

 Histórico

Os trabalhos se iniciaram primeiramente na rua Guarani nº 8, hoje rua 13 de maio, depois na rua Araújo Leite nº 1-56, e só em 29 de abril de 1928, mudou-se para sua sede própria, à rua 7 de setembro nº 14-50, onde permanece até hoje. Fato marcante do CE Vicente de Paulo, é a dedicação que muitos dos seus trabalhadores que por ele passaram tiveram o cuidado de manter sempre como objetivo primordial a divulgação da Doutrina Espírita, acrescidos dos trabalhos oferecidos ao publico em geral tais como cursos, atendimento socorrista, projetos sociais, evangelização para crianças e adultos e tantos outros que ainda hoje continuam norteando seus trabalhos.

Todo trabalho desenvolvido no CEVP, segue quase que intuitivamente essa linha mestra deixada pelos seus desbravadores, que apesar das dificuldades inerentes da época construíram uma obra edificada sobre os pilares da Doutrina Espírita, haja visto jamais ter sofrido abalos que pudessem causar transtornos ou mesmo sua existência.

Hoje a Diretoria do Centro Espírita Vicente de Paulo, continua liderando os trabalhadores e voluntários com os mesmos objetivos e estigma da sua fundação, e o fazem como verdadeiros guardiões dos princípios instituídos para Centro Espírita Vicente de Paulo, sempre baseados nas diretrizes da Doutrina Espírita.

O custo do abandono emocional

“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia”. (1)-

Em época de grandes avanços intelectuais, científicos e tecnológicos é possível observar também o avanço das perturbações sociais como a criminalidade e a violência estampadas na face da sociedade contemporânea.   Estamos vivendo uma grande catarse social: feminicídios, estupros, intolerâncias, corrupções, atentados, suicídios, desestruturação da base social, da família e o triste abandono da infância.

A vitimização por homicídio de jovens de 15 a 29 anos, no país, é fenômeno denunciado ao longo das últimas décadas, mas que permanece sem a devida resposta em termos de políticas públicas que efetivamente venham a enfrentar o problema.

Quando crianças e jovens aderem a pulsão de morte e destruição significa que a vida não é importante!

O homem do século XXI tem cada vez mais conhecimento e controle sobre o mundo exterior, porém tem se afastado com a mesma intensidade do seu mundo interior. Aprendemos a dominar algumas forças da natureza, a construir diques, barragens, abrigos, porém não conseguimos nos dominar emocionalmente nem tampouco nos conhecer.

Segundo o pediatra e psicanalista inglês, Donald   Winnicott, o ser humano é dotado de uma tendência inata ao amadurecimento, tendência essa que requer um ambiente facilitador e a presença constante de um agente suficientemente bom para ajudá-lo a desenvolver-se na primeira infância, período que se estende aproximadamente até os seis anos de idade. (2)

Os primeiros anos do ser humano são marcados por intensos processos de desenvolvimento bio-psíquico-emocional.  É uma fase determinante para a capacidade cognitiva e sociabilidade do indivíduo. As crianças nesta fase precisam de amparo, compreensão, oportunidades e estímulos, para que possam desenvolver cada uma de suas aptidões, assim como criar vínculos afetivos, sentimento de pertencimento, autoconfiança, responsabilidade, dentre outros afetos.

A sociedade de modo geral vem pagando um preço alto por não compreender o papel e a responsabilidade de cada um na esfera social e humana. O transtorno mental e os distúrbios de comportamento se multiplicam, já não sabemos como agir. Para se ensinar na escola não serão apenas necessários um livro, uma caneta, uma criança e um professor como assinalava Malala Yousafzai, ativista paquistanesa, mas precisaremos de apoio de profissionais da área da saúde como neuropediatras, psicólogos, psicopedagogos, psicanalistas dentre outros.

Nossas crianças estão se desenvolvendo de maneira frágil sem sentimentos éticos como a empatia, a compaixão, juízo crítico e capacidade de suportar limites. A instantaneidade do prazer é estimulada pela insana sociedade contemporânea. Os pais têm medo de serem “pais”, deixando o posto vazio ou temporariamente fora de área de serviço, com possibilidade de outros assumirem o papel tão fundamental que é a educação integral dos filhos. A frustração precisa voltar a fazer parte da lição de casa, pois dizer “não” é um desafio que precisamos enfrentar com maturidade. Estabelecer limites é oportunizar para que a criança se adapte à realidade e aprenda a conviver e a superar os conflitos advindos do seu meio social em qualquer tempo.

A frustração, a ansiedade, a raiva, o ódio, a disputa e a privação fazem parte do aprendizado das crianças tanto quanto o amor, o respeito, a solidariedade e a fraternidade.

A segurança emocional das crianças e jovens é que está em jogo. Promover e organizar o ambiente familiar saudável é sem sombra de dúvida a única luz no fim desse túnel chamado sociedade contemporânea, caso não amadurecermos essa ideia e planejarmos outras ações continuaremos fragilizados e temerosos pelo amanhã.

A nova geração, preconizada por Allan Kardec no livro A Gênese precisa de objetivos claros e limites para se ajustarem ao novo vindouro. (3)

A humanidade se transforma, isso é evidente, porém a influência dos pais e uma educação de qualidade é sempre o material divino para ascensão de uma Nova Geração. (4)

Atentemos a admoestação carinhosa do Convertido de Damasco: “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.”(5)

Bibliografia:

  • 2 Coríntios 4:16
  • WINNICOTT, D. W. (1969c). (1975b). Conceitos contemporâneos de desenvolvimento adolescente e suas implicações para a educação superior. In O Brincar & a Realidade. Rio de Janeiro: Imago.
  • KARDEC, ALLAN. A Gênese. 19ª Edição. SP. LAKE- CAP. CAPÍTULO XVIII

(4)   KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB , 2007- questão 208;

(5)   2 Coríntios 4:16-17

“Vacina contra a dor”

 O desamparo e a indiferença são irmãs gêmeas, doenças pandêmicas que assolam a humanidade. Desde eras incontáveis carregadas de injustiça, elas driblam todos os esforços e se instalaram na modernidade.

A ciência atual com toda sua sabedoria ainda não conseguiu compreender como tratar aquelas viroses amparadas pela competição e luta de poderes que geram agressividade, resultando notar-se em todo lugar e em quaisquer ideologias os atritos que conseguem separar corações amigos, que, ainda não confirmados pelo amor, sobrepõem-se aos sentimentos para fixar-se em desejos de curta duração e que geram o vazio existencial.

Só a terapêutica mais simples, de um homem simples artesão do amor, que foi Jesus, oferece a pauta do roteiro para encontrar a vacina que vai prevenir males diversos e dores infinitas.

A Dra. Candace Pert esclareceu em seu livro “Molecules of Emotion” que as emoções estão interligadas com as moléculas e vice-versa, daí a importância de codificar as emoções reprimidas e libertar a alma do sofrimento que, em continuação, será uma dor física.

No final, o que faz sofrer mais, uma dor física ou a separação afetuosa daqueles corações queridos que nos iluminam com sua presença?

A vacina do amor tem que ser tomada em várias doses, que devem ser contínuas, a fim de que ofereçam a imunidade necessária e assim vencer o sofrimento.

A culpa como sintoma fala incessantemente de nossa indiferença perante a vida, porque isola a dor e recusa viver, portanto, predispondo para sofrer as consequências do abandono da ética e moral.

A vacina ideal para esta e as épocas vindouras terá que possuir uma boa dosagem de gentileza que espalhe sorrisos, que traga leveza às mentes atormentadas pelo materialismo que ainda não permite pensar-se que somos seres metafísicos, estelares e filhos de Deus.

A nossa vacinação consistirá em várias doses de perseverança para que o bem se imponha, para que os bons não fiquem calados e que sejamos todos uma família disposta a compartilharmos nossos problemas, conflitos e juntos vivenciarmos a solução do amor.

O remédio perfeito abrirá os olhos de todos para discernirmos que as verdadeiras lideranças estão nos lares, nos afetos legítimos, responsáveis pela superação das paixões.

Hoje, quando se têm tantas dúvidas sobre vacinas, para conseguirmos a sua real efetividade, deveremos primeiro refletir se estamos dispostos a tomar a do amor para engrandecer nossos corações.

Na tradição evangélica o coração, como nascente de bênçãos e de emoções, deve ser cultivado pelo bem, pelo devotamento à vida em todas as suas expressões.

Quando conseguirmos viver as expressões do bem, teremos tomado a vacina contra o mal e seremos saúde integral.

  • Artigo publicado no Jornal A TARDE (Bahia), escrito por Divaldo Franco – Professor, médium e conferencista            

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 5 de fevereiro de 2021.